sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Recordar

Escrevo assim mesmo, às pressas. Palavras correm entre meus dedos e tropeçam nos papéis. Dane-se as coerências e concordâncias. Pouco importa, agora, se faço sentido ou não. Frases mal feitas se entrelaçam nas linhas. Sentimentos antes abafados no peito, tomam formas nos papéis. Sentimentos com formas de letras. Letras cor do céu. Do teu céu-da-boca. Escrevo sobre amor e amantes. Amor que terminou num aceno de adeus, através do retrovisor de um táxi. Amantes separados pelo tempo, que se amaram. Promessas estilhaçadas no chão. Arrependimento no olhar. Um beijo poderia ser dado, que fosse o último. Mas nada aconteceu. Silêncio. O que se sentia permaneceu preso no peito. Um “Perdoe-me, eu te amo.” preso na garganta. Tolos. Preferem a saudade do que abandonar o orgulho.

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